sábado, 3 de fevereiro de 2007

Georg Trakl

Georg Trakl, um dos vultos do expressionismo, nasceu em Salzburgo, Áustria, no dia 3 de Fevereiro de 1887, onde passou a infância.
Seguiu a carreira de Farmácia, depois de ter feito um estágio de três anos em Viena. Mais tarde, ingressou nos serviços farmacêuticos do exército. Entre 1912 e 1914 viveu a maior parte do tempo em Innsbruck.
Após a batalha de Grodek, em 1914, na Galícia, foi entregue com outros feridos graves do exército num celeiro, ao cuidado de um tenente quase sem remédios, que pouco podia fazer. Do lado de fora, os desertores eram enforcados e dentro do celeiro, depois de um dos feridos se ter suicidado com um tiro, na sua presença, Georg Trakl tentou também suicidar-se. Foi internado no hospital de Cracóvia, onde veio a falecer em Novembro do mesmo ano, com 27 anos, alegadamente depois de ter ingerido uma fortíssima dose de cocaína.
Na verdade, a sua vida limitou-se apenas a duas coisas: à droga e à poesia. A sua poesia, de declínios e ocasos, de desintegração e ruínas, de decomposição e morte, era uma poesia dolorosamente imbuída da doença do mundo em seu redor, descrente de qualquer cura e nostálgica de um tempo inconcebivelmente remoto.
Trakl considerava-se apenas semi-nascido. Teve uma vida conturbada e profundamente amargurada. Os seus primeiros contactos poéticos foram com Rimbaud, Baudelaire (através da tradução de K.L. Ammer) e Dostoievski.
Georg Trakl era reconhecido por pessoas como os filósofos Wittgenstein, (que apesar de o admirar, dizia não o compreender), e Heidegger, que tentou decifrar a sua "ambígua ambiguidade".
Tornou-se, através dos poemas escritos, sobretudo nos seus dois últimos anos, num dos maiores expressionistas e num poeta de excepção que, estabelecendo o nexo entre a loucura de Hölderlin e o desespero de Paul Celan, tem sido um poeta de culto para um sem-número de leitores devotos.
Obras (Poesia): "Poemas",1913; "Sebastião no Sono", 1915.

2 comentários:

Anónimo disse...

Inês com Alma Minha.
E a qualidade das traduções?
Já leste os livros que apontas?
bjs com alma renovada.
Luís Pinto

Inês Ramos disse...

Olá, Luis.
“Poemas” foi publicado cá em 1981, traduzido por Paulo Quintela e existem várias antologias de poesia expressionista alemã editadas em Portugal, com excelentes traduções. Num livro que recomendo aqui ao lado, em "Estante de Culto" podes lá encontrar uma antologia da Relógio D'Água: "A Alma e o Caos — 100 poemas expressionistas", com tradução de João Barrento, onde Georg Trakl está muito bem representado. E João Barrento dispensa apresentações. Estes poemas que aqui em baixo transcrevi são dessa antologia.
Vou aproveitar a tua "dica" para o próximo livro que vou recomendar. Também de Georg Trakl (um livro de poemas e prosas) e também traduzido e prefaciado por João Barrento. Até logo.