quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Na estante de culto






O Cardo e a Rosa
Poesia do Barroco Alemão
Selecção, tradução e prefácio de João Barrento
Assírio & Alvim, 2002
Edição bilingue






Não se assustem! É barroco, mas é uma delícia! Parafraseando o poeta Luís Graça, João Barrento é garantia de qualidade. E é uma verdade. Não vá esta pérola ficar esquecida nas prateleiras das livrarias por amedrontar os leitores mais desconfiados, digo-vos que estes poemas se lêm de uma golfada. E até com um sorriso nos lábios.
O século XVII na Alemanha, foi sobretudo, um tempo de contrastes e a poesia barroca não se limita ao misticismo, ao temor da morte ou à religião. Alguma poesia do barroco alemão acabaria até por revelar-se inovadora, sobretudo na poesia galante, erótica e satírica, tal como nos explica Barrento no seu excelente prefácio.
Nesta selecção de João Barrento proliferam os discursos mais diversos, numa espectacular manifestação, desordenada e paradoxal, proteica e contraditória, de teatralidade.

"(...) este livro de poesia barroca é para todos os leitores um bom motivo para fazer uma viagem. Uma viagem onde? Ao coração dos grandes criadores da poética alemã sob o signo da melancolia (...) O leitor escolhe. O livro acolhe. Mas, com excelente tradução de João Barrento, é bem provável que quem não acolha este livro perca a oportunidade de entrar numa grande literatura."
António Carlos Cortez in «os meus livros» Outubro/2002















A Sílvia

Porque praguejas, Sílvia, quando esta negra mão

....
C'o teu seio quer brincar?

Era alva como tu, e o fogo da paixão
....Assim a fez ficar.
Se com teu fogo vens meu corpo incendiar,

De mármore nem neve pode minha mão ser.

Dizes-lhe que não busque e não faça o que faz.

....
Tens razão. Há-de ser.
Mais não busca que a ti, mais não quer do que paz

....
E seu jogo jogar.
De que te queixas, pois? E que razões ter julgas,
Já que favores iguais não os negas às pulgas?

Benjamin Neukirch
(1665-1729)


Dizei lá: o que é o amor?

Corações juntos.................e unidos. Um ve
neno mais que doce. ...........Dor que faz bem aos

sentidos. Seta que acerta......e adormece. Obra que
ao mundo traz gente. Moço fogoso e atrevido. Um
jogo que afinal mente. Chama de braseiro de Cupi
do. Fardo leve de levar. Menino amável galan

te. Tristeza que dá prazer. Corda que prende o

amante. Ser cego, sombrio, sinistro. Noite

de gozo e grandeza. Livro já lido e revis

to. Fausto de fugaz beleza. Feira de

comprar remorsos. Desrazão in

teligente. Estrada de muitos
cansaços. Fogo que
arde eterna

mente.



Georg Philip Handsdörffer
(1607 - 1658)

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Na estante de culto




João Lúcio
Poesias Completas

Edição organizada e prefaciada por António Cândido Franco
Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2002
Biblioteca de Autores Portugueses


João Lúcio (1880-1918) publicou em vida três livros de poesia “Descendo” (1901), “O Meu Algarve” (1905) e “Na Asa do Sonho” (1913), livros estes que nunca foram reeditados.
Colaborou na segunda série da revista “A Águia” (1913) onde germinou a poesia saudosista entre 1912 e 1915. A poesia de João Lúcio tornou-se também, a par da de Pascoaes, um expoente da poesia saudosista.
Nesta edição da Imprensa Nacional-Casa da Moeda, é reunida toda a poesia de João Lúcio, o que constitui uma excelente oportunidade para descobrirmos a sua obra quase desconhecida.
João Lúcio foi o poeta que Teixeira de Pascoaes, no fim da vida, escolheu como o seu único contemporâneo. E neste livro reproduz-se uma conferência de Pascoaes sobre João Lúcio publicada integralmente pela primeira vez na revista “Brotéria” em Dezembro de 1973 (já antes tinha sido publicado um excerto na revista “Vértice” em 1953). O texto foi depois publicado na íntegra nas Obras de Teixeira de Pascoaes - vol. 7 A Saudade e o Saudosismo pela Assírio & Alvim.
Esta edição contém os poemas dos livros “Descendo” (1901), “O Meu Algarve” (1905), “Na Asa do Sonho” (1913), “Espalhando Fantasmas” (1921) (póstumo) e ainda poemas inéditos, cartas e artigos publicados na imprensa. No final, uma marginália crítica com textos de autores portugueses sobre este poeta algarvio.


Tarde de leite e rosas, ouvindo a floresta

Tarde de leite e rosas. Cada aresta,
Tinha um rubi tremente:
Fomos ouvir o canto da floresta,
O seu canto de amor, ao sol poente.

Tu querias sorver os poderosos
Lamentos de saudade e comoção
Que, as raízes, dos fundos tenebrosos,
Mandavam, pelo ramo, pra o clarão.

Opalescera já, o ar. O vento,
Correndo atrás da sombra, murmurou...
Sentiu-se um fechar de asas. Num momento,
A floresta, cantou.

Em cada ramo, um violino havia:
Cada folha vibrava, ágil, sonora,
Par'cendo que escondia uma harmonia,
Nas sombras das ramagens, a Aurora.

Como a floresta, meu amor, eu tento,
Atirar o meu canto pra a altura:
Para a fazer cantar, toca-lhe o vento,
Pra me fazer cantar, no pensamento,
Passa o sopro da tua formosura.

João Lúcio


"E eis o verdadeiro Algarve! O Algarve, depois da Escola de Sagres, é o poema de João Lúcio."
Teixeira de Pascoaes

Província onde nasci, amada do luar
E o sol ruidoso, ardente, imorredoiro…
Lírio fresco e azul deitado à beira-mar,
Com o cálix gentil a orvalhar-se em oiro…

Nesse canto imortal de todo o Universo,
De florestas, de sóis, mares e cordilheiras,
Tu és, unicamente, um perfumado verso,
Feito em luar dormente, azul e laranjeiras.

Lindo verso, porém, dessa lira suprema,
Com hinos triunfais, auroreais, fecundos,
Que abrange a Vida toda e faz o seu poema,
Rimando montes, céus, oceanos e mundos.

Tens o rir jovial e a bonomia calma,
O dulcíssimo aspecto ingénuo das crianças;
O sol doira-te o corpo; a fantasia a alma;
Fala-te o céu de amor; fala-te o mar d'esp'ranças.

Que este livro te diga, oh terra aventureira,
Como o meu coração a voz te sabe ouvir:
Ele é singelamente uma canção ligeira,
Que tu lhe tens cantado e tenta repetir.

Quando os astros de noite, errantes e dispersos,
Vierem mergulhar nas águas do teu mar,
Vai ler-lhes mansamente estes humildes versos
Pra que digam a Deus como te sei amar.

João Lúcio
O Meu Algarve (1905)

Morreu o poeta Alberto de Lacerda

Alberto de Lacerda, um dos fundadores da revista Távola Redonda, com David Mourão Ferreira, morreu ontem em Londres.
Nascido em Moçambique, Alberto de Lacerda viveu em Portugal durante poucos anos. Em 1951 fixou-se em Londres trabalhando como locutor da BBC. Nos anos seguintes viajou pela Europa e esteve no Brasil em 1959 e 1960. Viveu nos Estados Unidos entre 1967 e 1969, onde deu aulas.
Alberto de Lacerda é autor de uma vasta obra (parte desta ainda inédita) e está traduzido em várias línguas.
Colaboração sua, de poesia e prosa, encontra-se dispersa em Unicórnio, Tetracórnio, Botteghe Oscure, The Times Literary Supplement, Encounter, The Listener, Cahiers des Saisons, Diário de Notícias, Diário Popular, Diário de Lisboa, A Voz de Moçambique, Jornal do Brasil, Tribuna da Imprensa, O Estado de S. Paulo, Colóquio-Letras, Colóquio-Artes, etc.
Obra editada (Poesia):
1955 - 77 Poemas
1961 - Palácio
1963 - Exílio
1969 - Selected Poems
1981 - Tauromaquia
1984 - Oferenda I
1987 - Elogio de Londres
1988 - Meio-dia (Prémio Pen Club)
1991 - Sonetos
1994 - Oferendas II



Tese e antítese

Nunca mais
E arrasto comigo pelo braço da esperança
As horas marejadas as pedras do desgosto
A fome de amor
A cavernosa rouca diamantina
Fome de amor

Nunca mais e sobre os altos silêncios
No tumulto insensato
À beira do abismo
Ressuscito
Os rostos bem amados
Traiçoeiros
Dou-lhes andas
Dou-lhes palhaços
A infância que não tive
E que perdi
A paz que não é minha

Nunca mais

Agora só há abismos não há rostos

Passem duendes príncipes Antinos
Mas de largo

Alberto de Lacerda

domingo, 26 de agosto de 2007

Curso de Poesia



Na agenda dos próximos Cursos de Âmbito Cultural do El Corte Inglés de Lisboa, vai ter lugar um Curso de Poesia com a orientação de José Fanha.
O curso decorrerá entre 21 de Setembro e 7 de Dezembro, às sextas-feiras, das 19 às 21 horas.
A frequência do curso é gratuita e requer inscrição prévia (as vagas são limitadas).
As aulas decorrem na Sala de Âmbito Cultural, no Piso 7 do El Corte Inglés (Av. António Augusto de Aguiar, 31).
As inscrições podem ser feitas até 11 de Setembro.
Telefone: 213 711 700
Internet: www.elcorteingles.pt
E-Mail: servico_clientes@elcorteingles.pt

sábado, 25 de agosto de 2007

O grupo de expressão artística Margem d'Arte celebrará o seu primeiro aniversário no próximo dia 31 de Agosto com um espectáculo de poesia marginal que se realizará pelas 01:00H da madrugada no "Manel Bar", em Santa Cruz, Torres Vedras.
Marcações, dúvidas e afins:
margemdarte@hotmail.com
916269885
www.margemdarte.blogspot.com

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Novidades Caminho



"Tu Escolhes"

de Teresa Guedes

Há dias em que não te apetece ler.
Há dias em que te apetece ler Poesia. Outros, só Prosa.
Mas será que é fácil distingui-las... só pelo seu aspecto formal?
Ou às vezes, as duas disfarçam-se de textos poéticos...?
De qualquer forma, este livro poderá ser um casaco de duas faces: conforme o teu estado de espírito, «veste-o» (ou seja, lê-o) do lado que te apetecer.

Tu escolhes!

Género: Infantil-Juvenil/Poesia
1.ª edição: Setembro 2007

Maria Teresa Fernandes Costa Guedes nasceu em 1957 no Porto, onde concluiu a sua licenciatura em Filologia Germânica.
É professora e dinamiza Clubes de Poesia e de Escrita Criativa para alunos.
Orienta acções de formação para professores.

Os Dias da Criação






Dias 22 e 23 de Setembro de 2007, na Casa da Eira Longa, em Vilar, Boticas (Trás-os-Montes).

Nesta iniciativa estarão presentes criadores leoneses e transmontanos da áreas do Audiovisual, da Escrita, da Performance, da Música, da Poesia, da Fotografia, do Pensamento, da Gravura, do Teatro, dos Grafismos, do Artesanato, da Escultura, dos Contacontos...

Para mais informações:
http://canisdei.blogspot.com
960238922 (Eira Longa)
965817337 (Incomunidade)
diasdacriacao@gmail.com

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Au bord du jardin,

Qu'est-ce qui se tient tout au bord du jardin,
Mais aussi au centre de mon jardin?

Peut-être le travail minutieux de l'abeille noire,
Celui de la terre et celui des outils,

Peut-être
Celui plus ordonné encore des petites fourmis
Et des touffes d'herbe?

Peut-être y aurait-il là aussi un poème,

Un poème fatigué d'attendre dehors sous la pluie
Et qui minutieusement effacerait les bords
Et le centre du jardin?

Yves Namur

(um presente de aniversário enviado pelo Michel, autor do blogue Novos Tropismos)

domingo, 12 de agosto de 2007

Faz hoje 100 anos que nasceu...




12 de Agosto de 1907

Miguel Torga

Poeta português



Artigos relacionados:
Biografia
Poemas: Negrura ; Adeus ; Bucólica ; Livro de Horas ; Prece

Prece

Senhor, deito-me na cama
Coberto de sofrimento;
E a todo o comprimento
Sou sete palmos de lama:
Sete palmos de excremento
Da terra-mãe que me chama
Senhor, ergo-me do fim
Desta minha condição:
Onde era sim, digo não,
Onde era não, digo sim;
Mas não calo a voz do chão
Que grita dentro de mim.
Senhor, acaba comigo
Antes do dia marcado;
Um golpe bem acertado,
O tiro dum inimigo...
Qualquer pretexto tirado
Dos sarcasmos que te digo.

Miguel Torga
Vila Nova, 11 de Dezembro de 1934


Na voz de Luís Gaspar:

Livro de Horas

Aqui, diante de mim,
Eu, pecador, me confesso
De ser assim como sou.
Me confesso o bom e o mau
Que vão ao leme da nau
Nesta deriva em que vou.

Me confesso
Possesso
Das virtudes teologais,
Que são três,
E dos pecados mortais,
Que são sete,
Quando a terra não repete
Que são mais.

Me confesso
O dono das minhas horas.
O das facadas cegas e raivosas
E o das ternuras lúcidas e mansas.
E de ser de qualquer modo
Andanças
Do mesmo todo.

Me confesso de ser charco
E luar de charco, à mistura.
De ser a corda do arco
Que atira setas acima
E abaixo da minha altura.

Me confesso de ser tudo
Que possa nascer em mim
De ter raízes no chão
Desta minha condição.
Me confesso de Abel e de Caim.

Me confesso de ser Homem
De ser um anjo caído
Do tal céu que Deus governa.
De ser um monstro saído
Do buraco mais fundo da caverna.
Me confesso de ser eu
Eu, tal e qual como vim
Para dizer que sou eu
Aqui, diante de mim!

Miguel Torga


Na voz de Luís Gaspar:

Bucólica

A vida é feita de nadas
De grandes serras paradas
À espera de movimento;
De searas onduladas
Pelo vento;

De casas de moradia
Caídas e com sinais
De ninhos que outrora havia
Nos beirais;

De poeira;
De sombra de uma figueira;
De ver esta maravilha:
Meu Pai erguer uma videira
Como uma mãe que faz a trança à filha.

Miguel Torga
S. Martinho de Anta, 30 de Abril de 1937


Na voz de Luís Gaspar:

Adeus

É um adeus...
Não vale a pena sofismar a hora!
É tarde nos meus olhos e nos teus...
Agora,
O remédio é partir discretamente,
Sem palavras,
Sem lágrimas,
Sem gestos.
De que servem lamentos e protestos
Contra o destino?
Cego assassino
A que nenhum poder
Limita a crueldade,
Só o pode vencer a humanidade
Da nossa lucidez desencantada.
Antes da iniquidade Consumada,
Um poema de líquido pudor,
Um sorriso de amor,
E mais nada.

Miguel Torga


Na voz de Luís Gaspar:

Negrura

Neste dia sem luz que me anoitece,
Que me sepulta inteiro,
Até de mim a minha dor se esquece
Para que eu seja um morto verdadeiro.

Chove tristeza fria no telhado
Do castelo do sonho; nua, nua
A calçada que subo, já cansado
De tanto andar perdido nesta rua.

Duma olaia caiu, morta, amarela,
Qualquer coisa que foi princípio e fim;
E bem olhada, bem pensada, é ela
Aquela folha que lutou por mim...

Sozinho e morto ouço cantar alguém,
Mas é longe de mais a melodia...
E o ouvido que vai nunca mais vem
Trazer-me a luz que falta no meu dia.

Miguel Torga


Na voz de Luís Gaspar:
Miguel Torga nasceu no dia 12 de Agosto de 1907 em S. Martinho de Anta, concelho de Sabrosa Trás os Montes, aldeia onde cresceu e que o havia de marcar para toda a vida. De nome Adolfo Correia da Rocha, adoptou o pseudónimo de Miguel Torga (torga é o nome dado à urze campestre que sobrevive nas fragas das montanhas, com raízes muito duras infiltradas por entre as rochas). Depois de uma breve estadia no Porto, frequentou apenas por um ano o seminário em Lamego. Em 1920 partiu para o Brasil, onde foi recebido na fazenda de um tio. Regressou depois a Portugal acompanhado do tio, que se prontificou a custear-lhe os estudos em Coimbra. Em apenas três anos fez o curso do liceu, matriculando-se a seguir na Faculdade de Medicina, onde terminou o curso em 1933. Exerceu a profissão na terra natal, passou por Miranda do Corvo, mas foi em Coimbra que alguns anos mais tarde acabou por se fixar.
"Atordoado na meninice e escravizado na adolescência, só agora podia renascer ao pé de cada rebento, correr a par de cada ribeiro, voar ao lado de cada ave", pouco sociável, mitigou a solidão rodeando-se de livros. Foi logo após ter entrado para a universidade que deu início à sua obra literária, com os livros "Ansiedade" e "Rampa". Só em 1936 passou a usar o pseudónimo que o havia de imortalizar.
Desde a década de trinta até 1944 escreveu uma obra vasta e marcante em poesia, prosa e teatro. Não oferecia livros a ninguém, não dava autógrafos ou dedicatórias, para que o leitor fosse livre ao julgar o texto. Foi várias vezes candidato ao Prémio Nobel da Literatura. Ganhou vários prémios entre eles o Grande Prémio Internacional de Poesia e em 1985 o Prémio Camões. Com ideias que se demarcavam do salazarismo, foi preso e pensou em sair do país, mas não o fez por se sentir preso à pátria e a Trás-os-Montes, longe do qual seria um "cadáver a respirar". A sua poesia reflecte as apreensões, esperanças e angústias do seu tempo. Nos volumes do seu Diário, em prosa e em verso, encontramos crítica social, apontamentos de paisagem, esboço de contos, apreciações culturais e também magníficos textos da mais alta poesia. Toda a sua obra, embora multifacetada, é a expressão de um indivíduo vibrante e enternecido pelas criaturas, tremendamente ligado à sua terra natal. Faleceu em 1995. Em 1996 foi fundado o Círculo Cultural Miguel Torga.

Obra:
Poesia: "Ansiedade" (1928), "Rampa" (1930), "Tributo" (1931), "Abismo" (1932), "O outro Livro de Job" (1936), "Lamentação" (1943), "Libertação" (1944), "Odes" (1946), "Nihil Sibi" (1948), "Cântico do Homem" (1950), "Alguns Poemas Ibéricos" (1952), "Penas do Purgatório" (1954), "Orfeu Rebelde" (1958), "Câmara Ardente" (1962), "Poemas Ibéricos" (1965).
Ficção: "Pão Ázimo" (1931), "A Terceira Voz" (1934), "A Criação do Mundo" (5 volumes, 1937 1938 1939 1974 1981), "Bichos" (contos, 1940), "Contos da Montanha" (1941), "Rua" (1942), "O Senhor Ventura" (1943), "Novos Contos da Montanha" (1944), "Vindima" (romance, 1945), "Pedras Lavradas" (contos, 1951), "Traço de União" (1955), "Fogo Preso" (1976).
Teatro: "Terra Firme, Mar" (1941), "O Paraíso" (1949), "Sinfonia" (poema dramático)(1947).
Literatura autobiográfica: "Diário" (16 volumes, 1941 1993), "Portugal" (1950).

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Novidades Intensidez


O último livro da editora Intensidez "Tengo Algo de Arbol" ou "Tenho Qualquer Coisa de Árvore" (edição castelhano/português, de Agosto) será apresentado este mês em Salamanca e depois em Setembro, em Portugal (Vilar, Boticas - Dias da Criação).
Trata-se de uma obra muito representativa da contemporaneidade poética de natureza hispânica na actualidade, sendo os autores leoneses reunidos:

Antonio Gamoneda
Aldo Z. Sanz
Eloisa Otero
Gaspar Moisés Gómez
Ildefonso Rodríguez
Jorge Pascual
José Luis Puerto
Juan Carlos Mestre
Miguel Suárez
Rubén Mielgo
Silvia Zayas
Tomás Sanchez Santiago
Victor M. Díez

A edição é bilingue, para aproximação entre as línguas lusa, castelhana e as diversas culturas a estas afectas, um princípio inerente ao Projecto Intensidez.

Mais informações sobre este e outros projectos da Intensidez, aqui.

Morreu o poeta cabo-verdiano João Manuel Varela



O poeta e escritor cabo-verdiano João Manuel Varela faleceu ontem na Cidade do Mindelo (Ilha de S. Vicente), aos 70 anos.
Natural de S. Vicente, João Varela licenciou-se em Medicina pelas universidades de Coimbra e Lisboa, tendo-se doutorado pela Universidade de Antuérpia, onde desenvolveu as suas investigações no domínio da neuropatologia e neurobiologia.
Além de médico e cientista, João Varela era poeta, contista, romancista e ensaísta. U
sava como pseudónimos João Vário e Timóteo Tio Tiofe (poesia) e G. T. Didial (ficção e ensaios).
A sua obra, sobretudo a poética, é uma das mais complexas e ricas de Cabo Verde. Varela publicou em 1975 aquele que é considerado um dos marcos da poesia cabo-verdiana pós-Claridade: “O primeiro livro de Notcha”, tendo-se seguido, em 2001, “O segundo livro de Notcha”.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Cesariny lido por Cesariny














A Assírio & Alvim vai lançar esta semana um colectânea de poemas de Cesariny lidos pelo próprio poeta numa gravação feita em sua casa poucos meses antes de morrer.
São 34 poemas gravados em três domingos de Maio e Junho de 2006, e foi o próprio Cesariny que os escolheu de três livros seus: «Cidade Queimada», «Pena Capital» e «Manual de Prestidigitação».
Este CD (com livro) será apresentado na próxima quinta-feira à noite no LUX Frágil por José Manuel dos Santos, juntamente com um livro/entrevista que será publicado com o DVD do filme «Autografia», realizado por Miguel Gonçalves Mendes, que também estará presente.
«Autografia/Verso de Autografia» com fotografias de Susana Paiva e trabalho gráfico de Paulo Reis, inclui o melhor das entrevistas feitas a Cesariny durante as mais de vinte horas de rodagem de «Autografia», um documentário sobre a sua vida e obra que contém apenas duas horas do material filmado por Miguel Gonçalves Mendes.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

XXXI Feira do Livro da Cidade de Faro





A 31ª Feira do Livro de Faro, que abriu as portas no passado dia 27 de Julho e estará aberta até 12 de Agosto, é um dos mais antigos e importantes certames do género em todo o Algarve.
A Feira está no Jardim Manuel Bívar com um elevado número de obras com preços de desconto e funciona diariamente entre as 19h00 e as 24h00.
Destaque para 3 eventos de Poesia:
Dia 04 de Agosto – Sábado, pelas 21:30h:
Manuel Cardoso – “Poemas da Minha Vida”
Local: Pavilhão da Biblioteca Municipal
Dia 10 de Agosto – Sexta-Feira, pelas 21:30h:
Telmoro – Poesia Andaluza – Leitura de Poemas em Castelhano
Local: Pavilhão da Biblioteca Municipal
Dia 11 de Agosto – Sábado, pelas 21:30h:
Maria Margarida Rodrigues – Poetas do Sul – Leitura de Poemas de Autores Algarvios
Local: Pavilhão da Biblioteca Municipal

Tertúlia de bloggers lisboetas




O primeiro encontro experimental da Tertúlia Lisboa de Blogues relizou-se no passado dia 07/07/07 e por isso ficou definido pelo organizador (Geraldes Lino) que esta tertúlia se realizaria aos dias 7 de cada mês.
Assim, o próximo encontro da Tertúlia Lisboa de Blogues vai realizar-se já esta terça-feira, 7 de Agosto, coincidindo com a Tertúlia de Banda Desenhada (que se realiza às primeiras terças-feiras de cada mês), também organizada por Geraldes Lino.
Este interessante encontro coincidente que vai juntar no mesmo espaço "tertulianos bloguísticos" e "tertulianos amantes de Banda Desenhada" vai acontecer ao jantar, no restaurante "A Gina" do Parque Mayer, em Lisboa, a partir das 20 horas. O que promete, para além dos habituais desenhos rabiscados nas toalhas de papel e dos fanzines de BD que o Lino distribui, a descoberta de um tema novo para os senhores "blogueiros" escreverem no dia seguinte nos seus blogues. Esta gente da BD tem muito para contar, não só para desenhar. Além do mais, é ali que se encontram mensalmente os "mestres" ainda vivos da BD e ilustração portuguesa. Esta terça-feira será homenageado postumamente o ilustrador e autor de Banda Desenhada Méco (lembram-se da revista infantil O Papagaio?), com a presença do seu filho, o "mestre" Zé Manel (lembram-se das aventuras de Robert, Nicole e Patapouf nos livros de Francês?) e do professor Vítor da Silva, designer e autor de bandas desenhadas, contemporâneo de Méco nas colaborações em BD para O Papagaio.

Os interessados poderão confirmar a presença através de comentário a este "post".
Mais informações sobre estas duas tertúlias, no blogue de Geraldes Lino, aqui.